Hacker é criticado por expor juiz pedófilo

Uma pesquisa realizada pela empresa de segurança Sophos concluiu que 64% dos entrevistados são contra a iniciativa de invadir computadores de suspeitos de abusar sexualmente de crianças em busca de provas.

O estudo foi feito depois que o juiz norte-americano Ronald C. Kline, 66 anos, foi sentenciado a 27 meses de prisão, na última sexta-feira, a partir de evidências conseguidas por um hacker dentro da máquina do magistrado.

O conhecido hacker canadense Brad Willman criou um cavalo-de-tróia (programa que abre uma porta no micro) e o inseriu em imagens de pornografia infantil. As fotos foram espalhadas pela Internet em locais freqüentados por pedófilos. Uma vez baixadas, as imagens instalam o cavalo-de-tróia no computador, e Willman tem, assim, acesso ao PC dos suspeitos. O juiz Kline baixou uma dessas imagens e teve seu computador invadido. Na máquina do juiz, o hacker encontrou mais imagens de pornografia e abuso.

A ação do hacker recebeu críticas de especialistas na área de segurança porque, apesar de parecer uma boa iniciativa, pode causar mais complicações do que realmente ajudar.

“Não apenas é ilegal a ação de um hacker justiceiro, mas seus atos podem comprometer uma investigação policial. Por exemplo, um suspeito pode alegar que as provas foram plantadas pelo hacker”, disse Graham Cluley, consultor sênior na Sophos.

“Autoridades investigando potenciais suspeitos podem até mesmo ser vítimas de ciberataques enquanto estiverem baixando material de sites, como o que foi alvo de Willman”, completou.